Cerveja e sua influência no sistema de recompensa
Você sabia que uma pessoa ao sentir somente o gosto de uma cerveja pode levar ao abuso e/ou até o vício da substância ? Como? Uma pesquisa realizada recentemente identificou que níveis mínimos de teor alcóolico em bebidas como, cervejas e isotônicos, tem como poder ativar o sistema de recompensa no qual há uma mudança na atividade cerebral resultando na ativação de receptores de dopamina. Vale destacar que essa mudança na atividade cerebral ocorreu significativamente em pessoas que tinham no histórico familiar, o alcoolismo. Com isso, os pesquisadores acreditam que uma pessoa ao sentir o gosto da cerveja e com a ativação do sistema de recompensa, especificamente o neurotransmissor da dopamina, há uma influência direta no abuso do álcool e de outras drogas. Pensando no resultado dessa pesquisa fica a pergunta: E a cerveja sem álcool também poderia gerar esse efeito na pessoa!? Qual a sua opinião sobre o assunto?
Fonte da pesquisa: https://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/simples-gosto-da-cerveja-ativa-sistema-de-recompensa-cerebral
Autora: Natália de Gênova CRP:06/110033
Dependência química: Expectativas x Frustração
Todos sabemos que um nível alto de expectativas a respeito de uma situação pode, quase com certeza, gerar um nível grande de frustrações, não é mesmo!? Isso, principalmente, ocorre quando o ente querido está prestes a sair de uma internação, depois de uma recaída ou também quando a codependencia está instalada e a pessoa não tem informações sobre. Você pode se perguntar mas é impossível viver sem criar expectativas? Pois é, as expectativas fazem parte da vida, do momento que se está vivendo e é a porta de entrada para os sonhos e auxilio para nossos planos. A verdade é que quando alguém diz para não criarmos expectativas, é como se algo ficasse vago em nós. Porém, tudo depende do nível de aceitação da situação e também do nível de expectativa depositada. Pois, quanto maior a expectativa maior a frustração! É necessário pensar na situação como um todo, analisar quais são as possibilidades daquilo dar certo evitando maiores descontentamentos e frustrações. É importante também saber que a frustração é inevitável mas há a possibilidade de diminuir os efeitos dela. E frustrar-se também pode ser benéfico a partir do momento que podemos aprender com aquilo que nos frustrou!
Autora:Natália de Gênova CRP: 06/110033
Dependência química: o desligamento da humanidade.
Sabemos que a dependência química possui vários percalços na vida de uma pessoa, mas o que ainda impressiona é a capacidade do desligamento. O desligamento da vida, das emoções e do mundo ao seu redor. É como se a pessoa aperta-se um botão de desliga e “esquecesse” de tudo e só tivesse a droga na sua frente. Não sei ao certo se a palavra seria esquecer, mas o que acontece é que a droga se torna tão importante pra pessoa que acaba deixando sua humanidade se tornar desumana. Sendo capaz de passar por situações inimagináveis e até impossíveis por somente um objetivo: a droga. Volto a dizer sim é desumano pelo simples fato que o dependente não consegue discernir que aquilo está fazendo-o sofrer e sofrer ao próximo, sua família, namorado(a) e amigos. Esse desligamento é como se fosse matando ao poucos a capacidade do indivíduo viver sua humanidade com respeito, cuidado e dignidade. E só entendo que para vencer esse desligamento é somente com o amor-próprio que dá sentido a vida humana!Pense nisso...
Autora: Natália de Gênova CRP: 06/110033
O sistema de tratamento: internação compulsória, ajuda ou dificulta?!
Com esse tema quero levantar uma questão: a internação compulsória é benéfica ao usuário ou acaba sendo uma ação de maus-trato? Ao ler um artigo que abordava a internação compulsória como um sistema de tortura, segundo o relator especial da Organização das Nações Unidas, Juan E. Méndez, me fez pensar como é realizado esse tipo de tratamento já que temos uma variável de difícil acesso como a pessoa que não deseja diminuir ou cessar o uso abusivo de substâncias psicoativas, e por isso ignora o tratamento. E também a dependência que influência o indivíduo a se perceber como uma pessoa que está doente e que precisa de ajuda. Percebo que a internação compulsória é uma das saídas que podem auxiliar no processo de recuperação, mas, também é necessário discernimento no momento de escolha desse tipo de internação pois esses centros de tratamento nem sempre podem estar oferecendo o tratamento adequado ao usuário. Esse mesmo artigo, aponta uma pesquisa que foi realizada em 2011 com 68 instituições de internação para usuários de drogas, em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal evidenciando diversas violações aos direitos humanos. O que faz com que cada vez mais se redobre a atenção na escolha desse tipo de internação e instituições. Deve se lembrar que o indivíduo nessas condições também merece tratamento humanizado e capacitado não é por que o valor é acessível que a clínica seja qualificada. É necessário dentro das possibilidades financeiras e emocionais da família, realizar uma espécie de triagem na escolha da clínica ou do centro de tratamento. Visitar o local, conversar com os profissionais e com os usuários do serviço é uma das opções que ajuda em muito nessa escolha podendo encorajá-lo ou não na aquisição da internação nesse ambiente. O importante é entender que o indivíduo também necessita de uma atenção especial e que aquele lugar naquele momento será um espaço para se cuidar!
*Fonte: Revista PSI
Autora: Natália de Gênova
CRP: 06/110033
A importância do feedback nas relações com o dependente químico
Podemos entender por feedback todo retorno ou resposta numa conversa formal ou informal que possa ajudar a melhorar o
relacionamento interpessoal ou diminuir conflitos existentes numa comunicação. No contexto das dependências química podemos apontar o feedback como uma das ferramentas que pode dinamizar a qualidade das relações. Principalmente quando se refere as relações interpessoais com a família, num casamento, com os filhos e também no ambiente de trabalho. Nessas circunstâncias, muitas das vezes o dependente químico se sente confuso e até mesmo perdido pois acredita muito na “necessidade” de agradar aos outros deixando suas vontades e interesses em segundo plano somente para satisfazer a outra pessoa. O indivíduo acredita que se não fizer algo não vai ser aceito pelas pessoas. Assim podemos falar de crenças em relação a autoafirmação ou até
mesmo relacionada a auto estima, do tipo “Se eu não fizer tal coisa eu não vou ser amado” - “ Se eu não participar de tal grupo eu não vou me sentir completo, realizado...” . Esse tipo de crença pode fazer com que acreditamos que para sermos aceitos pelas pessoas ou grupos precisamos fazer algo que chame a atenção ou que seja agradável aos outros deixando de sermos quem somos para vivermos alguém que não somos! Isso pode gerar sentimentos destrutivos como a frustração por que ninguém consegue atender todas as vontades de uma pessoa. Pensando nisso, o feedback pode ser umas das ferramentas que podem auxiliar no processo de autoconhecimento e identificação dessas crenças, pensamentos e sentimentos que possam surgir, e ajudar a diminuir os conflitos nas relações de um dependente químico.
Autora: Natália de Gênova CRP:06/110033
Sinais de recaída: é necessário estar atento!
Hoje vamos abordar um tema que ninguém gostaria de falar mais é preciso, até para poder ajudar as outras pessoas que passarão ou estão passando por esse processo e não querem ou não perceberam que estão passando por isso. Pois como sabemos a recaída é gradual, vem devagar e quando se percebe não tem volta, por isso quanto mais conhecimento sobre melhor será para a manutenção e recuperação do indivíduo. Segue abaixo alguns sinais para a identificação de uma possível recaída:
- Medo do sentir-se bem- O alcoólico simplesmente não está acostumado a ver as coisas correndo bem. Pensamentos do tipo “ Minha vida está tão boa, o que será que vem por aí?” ou então “ Eu não mereço”.
- Negação do stress e da ansiedade - Sentir-se ansioso diante de mudanças é normal. Só que o alcoólico, campeão em negação, agora nega o medo que está sentindo, dizendo que sua vida está cor-de-rosa, não te mais problema algum (o único era a bebida) e que por isso não é preciso mudar mais nada.
- Compromisso inflexível com a abstinência - “Só eu sei a desgraça que o álcool foi na minha vida, por isso eu tenho absoluta certeza que nunca mais vou beber!”.
- Compulsão em impor sobriedade aos outros - Ele simplesmente não consegue entender que outros bêbados possam não querer parar de beber.
- Atitude defensiva em falar sobre si mesmo ou sobre sua recuperação - Os depoimentos são no plural “nós alcoólatras somos assim”, ou sobre os outros “ eu sabia que fulano ia se dar mal”. Ele só não consegue falar dele mesmo.
- Comportamento rígido e repetitivo - Depoimentos sempre iguais, nada se modifica.
- Comportamento impulsivo - Emoção supera a razão.
- Tendência ao isolamento.
- Visão em túnel (segmentar) de aspectos de sua vida - Só enxerga alguns aspectos de sua vida, como um motorista que entra num túnel escuro e só vê o ponto de claridade da saída. Depoimentos enfatizando sempre a mesma coisa.
- Depressão leve - Falta de atenção, afetos pequenos, excesso de sono.
- Perda de planejamento construtivo - Metas fantasiosas, excesso de atenção a detalhes sem importância.
- Planos começam a não dar certo.
- Pensamento sonhador - síndrome do “se” : “Ah, se eu não tivesse feito aquilo”, “ Ah, se eu ganhar na loteria”.
- Sensação de que nada dá certo na vida - Nem pode, se todos os planos são fantasias.
- Desejo imaturo de ser feliz- Sem saber dizer o que é felicidade para ele, sem definir o que é que o faria feliz e também sem fazer o seu lado para atingir a “felicidade”.
- Períodos de confusão mental.
- Irritação com as pessoas e atitudes de confronto .
-Irritabilidade fácil- Inclusive passa a ter medo de suas reações de raiva.
- Hábitos alimentares irregulares.
- Indiferença frente a vida - Dificuldades de entrar em ação.
- Irregularidade de sono- insônia uma noite, exaustão e muito sono no dia seguinte.
- Perda de estrutura de 24horas- Um dia sobrecarregado, outro sem ter o que fazer.
- Períodos de depressão profunda - isolamento, irritabilidade, raivas, medos, pensamentos de “ninguém se importa comigo”.
- (manipulação). Primeiros pensamentos de “será que eu sou mesmo alcoólatra?”.
- Atitude de “estou pouco ligando para o que acontece”, acompanhada de autopiedade.
- Rejeição de ajuda _ Com atitude muda, silenciosa, ou então com raiva.
- Insatisfação com a vida, sensação de vida ingerenciável - Pensamentos de “ se eu estivesse bebendo, as coisas não poderiam estar pior”.
- Intensa sensação de desamparo e impotência.
- Intensa autopiedade - síndrome do “ coitadinho de mim”.
- Vontade de voltar a beber socialmente ( na busca de alívio).
- Mentiras conscientes- Julga só ter como opções a loucura, o suicídio ou voltar a beber.
- Perda completa da autoconfiança- Sente-se incapaz de sair da armadilha que ele mesmo criou.
- Raivas irracionais ( do mundo, da vida, de algumas pessoas, de si mesmo).
- Abandono de tratamento e recuperação.
- Sente esmagadora solidão, frustração, raiva e ansiedade.
- Volta a beber com intenção de manter a bebida sob controle).
- Perda do controle sobre a bebida.
Autora: Natália de Genova CRP: 06/110033